Chile contrata seguro para reduzir perdas causadas por terremotos

A notícia de que o Chile decidiu recorrer ao seguro para reduzir perdas financeiras provocadas por terremotos movimentou o mercado. O anúncio ocorreu em março passado, demonstrando a importância de os executivos do setor segurador estarem alinhados às discussões globais que envolvem a ocorrência de eventos catastróficos e o papel dos seguros na proteção financeira e de patrimônios.

Na 38ª. Conferência Hemisférica de Seguros, a Fides Rio 2023, que reunirá representantes de entidades de seguros privados de 20 países da América Latina, mais Estados Unidos e Espanha no Rio de Janeiro, de 24 a 26 de setembro de 2023, o tema está inserido num dos oito eixos temáticos do encontro internacional: “Mudanças Climáticas: mitigação de riscos e desenvolvimento de novas soluções”. O tema central da conferência é “Seguros para um Mundo mais Sustentável”.

O Chile, localizado no chamado Anel de Fogo do Pacífico, convive com frequentes terramotos e atividade vulcânica. Por isso, se justifica o programa de seguros contra sismos assinado com o Banco Mundial no valor de US$ 630 milhões de capitais segurados. Pelas coberturas por danos de fortes tremores, o Chile pagará prêmios de 4,75% do valor total do seguro em cada ano, informou em comunicado o Ministério das Finanças do país sul-americano.

A operação envolveu a emissão de títulos (denominados Cat Bonds) de alto rendimento que oferecem cobertura para eventos catastróficos e a participação de seguradoras e resseguradoras globais. No comunicado, o ministério diz que o seguro será acionado no caso de eventos sísmicos de alta intensidade parametrizados, se houver danos materiais ao país e às finanças públicas. As indenizações são pré-estabelecidas até o limite da cobertura máxima.

“Se um sismo for superior a um determinado limiar e ocorrer numa determinada zona e profundidade, o seguro prevê um pagamento específico associado ao evento, o qual, em média, ocorre aproximadamente de 70 em 70 anos “, acrescenta a nota.

Em 1960, um terremoto de magnitude 9,5, considerado o mais intenso já registrado no Chile, causou mais de 1.600 mortes. Em 2010, um outro, de magnitude 8,8, seguido por tsunami, provocou mais de 500 óbitos e perdas materiais severas, na casa de US$ 30 bilhões, com a destruição de centenas de milhares de casas, estradas e pontes.