Saiba mais sobre o mercado segurador brasileiro, anfitrião da Fides Rio 2023

Anfitrião do próximo encontro da Federação Interamericana de Empresas de Seguros, a 38ª Conferência Hemisférica de Seguros – Fides Rio 2023, o Brasil está entre os mais destacados mercados de seguros da América Latina. Com base nos dados de 2022, o País respondeu por 41% da receita de seguros produzida na região. Ficou em 17º no mercado global de seguros. Sua arrecadação, equivalente a 6,3% do Produto Interno Bruto (PIB), alcançou R$ 619,3 bilhões, enquanto as indenizações somaram R$ 452,1 bilhões. A arrecadação do ano passado teve um salto de 11,8%.

O mercado segurador brasileiro conta com 129 grupos em atividade e 933 operadoras de planos de saúde ou odontológicos, gerando 182,7 mil empregos diretos. O setor é também um dos maiores investidores institucionais do País, com uma carteira de recursos alocados da ordem de R$ 1,8 trilhão, o equivalente a 25% da dívida pública.

Potencial de crescimento

Mesmo assim, o tamanho do mercado brasileiro de seguros é considerado aquém do porte de sua economia e tem enorme potencial de crescimento. Nas carteiras mais proeminentes, a taxa não supera os 30%, como no seguro de Automóveis. Em suma, há um mercado potencial em todos os ramos e modalidades de seguros.

A mais recente projeção da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) indica uma nova expansão de dois dígitos do mercado segurador em 2023. A estimativa é de uma alta de 11,1%, ante os 10,9% da projeção anterior (excluído DPVAT e Saúde Suplementar).

Espera-se que o segmento de Ramos Elementares (sem DPVAT) apresente um crescimento de 18,1% neste ano (em 2022, sua arrecadação foi de R$ 113,26 bilhões). Dois ramos se destacam nesse segmento: o de Automóvel, que projeta 23,3%, e o Rural, com 20,1%. O de Pessoas, ainda segundo a CNseg, projeta alta anual de 8,2% (R$ 214,28 bilhões arrecadados em 2022); e Capitalização, 5,2% (R$ 28,39 bilhões no ano anterior).

Plano é atingir 10% do PIB em receita

O mercado segurador brasileiro planeja ser ainda mais vistoso até 2030. Com base no chamado Plano de Desenvolvimento do Mercado Segurador (PDMS) – iniciativa subscrita pela CNseg, FenSeg (entidade de Ramos Elementares), FenaPrevi (Previdência e Vida), FenaSaúde (Saúde Suplementar), FenaCap (Capitalização) e Fenacor (corretores de seguros), além de empresas do mercado – a expectativa é de que, dentro de oito anos, a arrecadação do setor alcance a casa de dois dígitos – leia-se 10%- de participação em proporção ao PIB.  

 A meta, arrojada, exigirá um rápido crescimento de participação de todos os quatro segmentos do mercado segurador consolidado (todos os ramos de seguros, incluindo os de benefícios, além de títulos de capitalização).

Cada segmento deverá fazer sua parte no esforço para alcançar mais de 10% do PIB. Imaginando-se que todas as variáveis listadas no PDMS avancem positivamente — incluindo-se expansão do PIB, comportamento civilizado da inflação e dos juros e reformas estruturantes —, os seguros de Pessoas (acumulação e riscos) alcançariam 4,1% do PIB de 2030, os Seguros Gerais, 2,1%, o segmento de Capitalização, 0,5%, e Saúde Suplementar, 3,4%.

Quatro pilares de soluções

O PDMS identifica dificuldades para a expansão do mercado de seguros e propõe soluções específicas ou genéricas para os quatro segmentos. Os quatro pilares do plano – Imagem do Seguro, Distribuição de Seguros, Produtos e Eficiência Regulatória – buscam solucionar desafios como o baixo conhecimento das pessoas sobre as garantias abrangentes do seguro, os custos regulatórios que encarecem os produtos e a dificuldade em ampliar a demanda entre as camadas mais pobres, devido à renda insuficiente e à falta de produtos adequados.

Entre as soluções propostas, destacam-se: aumentar a visibilidade da atividade seguradora, desmistificar a ideia de que o seguro é caro, simplificar as operações de seguros ao máximo e tornar a linguagem técnica da atividade mais compreensível para a sociedade em geral.

O plano também enfatiza o papel do mercado segurador na questão ASG (Ambiental, Social e de Governança), demonstrando o compromisso do setor com a agenda sustentável.

Como um dos maiores investidores institucionais do país, o mercado segurador pode direcionar o crescimento sustentável por meio da seleção de investimentos que compõem suas reservas técnicas. Além disso, por meio da subscrição de riscos, o setor é capaz de penalizar atividades poluidoras ou até mesmo abandoná-las, uma vez que as empresas estão alinhadas com iniciativas de descarbonização.