Os consumidores americanos enfrentam uma crescente retração na oferta de seguro residencial, fruto da tempestade perfeita gerada pelas mudanças climáticas e pela alta dos custos de reposição das propriedades.
O fenômeno de debandada do seguro residencial é mais intenso na Califórnia, mas já alcança endereços em estados livres dos incêndios florestais, como Nova York, mas que convivem com outros riscos climáticos. Especialistas acreditam que o mercado hard pode ser duradouro, tendo em vista a frequência e a severidade dos extremos climáticos nos últimos anos.
Os incêndios florestais que atingem o oeste dos Estados Unidos estão se tornando cada vez mais rigorosos, por estarem sendo potencializados por secas e escassez de água. Isso tem produzido perdas gigantescas entre as seguradoras.
Fragilidade financeira
O ciclo de incêndios vultosos na Flórida resultou na falência de sete das 47 seguradoras atuantes no estado em pouco mais de um ano, ao passo que 24 outras companhias locais são acompanhadas pelo órgão regulador de seguros, dados os sinais de fragilidade financeira.
Feitas as contas, os desastres naturais geraram indenizações da ordem de US$ 275 bilhões de 2020 a 2022 no país, de acordo com dados da American Property and Casualty Insurance Association. São sinistros decorrentes não só de incêndio florestais que devoram casas em pequenos distritos, mas também de temporais, ventanias e furações ferozes.
Fides Rio 2023
O que acontece no mercado americano e que pode atingir outros países faz parte dos debates que envolvem as consequências dos extremos climáticos. Por suas grandes repercussões, o tema integra a 38ª. Conferência Hemisférica de Seguros, a Fides Rio 2023, dentro do eixo temático “Mudanças Climáticas: mitigação de riscos e desenvolvimento de novas soluções”. O evento internacional reunirá representantes de entidades de seguros privados de 20 países da América Latina, mais Estados Unidos e Espanha, no Rio de Janeiro, de 24 a 26 de setembro de 2023.